quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Massacre no subúrbio de Vladesmont

Isso originalmente era um plot para uma aventura de TREVAS numa cidade chamada Vladesmont que ficaria em algum lugar do leste europeu e que teria sido uma espécie de fortificação contra a Inquisição durante a Idade Média mas acabou sendo tomada pelos servos do Demiurgo, sem contudo perder sua veia mística.A idéia seria jogar esse depoimento nas mãos dos personagens e começar daí.


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Depoimento concedido por Frederico Mosberg, sobre o massacre no subúrbio de Vladesmont.

Sobre o massacre certo?
Não,vocês não querem ouvir sobre o massacre,alías eu não tenho nada pra falar sobre massacre nenhum,só sobre a tal das Forças Árcades.Não conhecem?O senhor é um psiquiatra certo?Então não vai achar viagem,e mesmo que achar eu fui encontrado na cena do crime...
Para muitos o jeito daqueles caras parece uma coisa de babacas.Afinal quem ainda hoje acredita que espadas,facas e coisas do tipo são sinônimos de nobreza,força,coragem?
Quer dizer, em músicas ou animes podem soar legal, mas quem demonstra coragem diante de um rifle ou revolver?Seria suicídio. A verdadeira coragem está em saber se safar ou mesmo não arrumar confusão e, se tudo der errado, bem, culpe o cara que não sabe falar inglês. Na boa, antes ele do que eu...
Mas esses carinhas que andam por ai com essas roupas estranhas... eles tem alguma coisa que REALMENTE faz com que eles sejam levados a serio.Puta merda!.
Onde a gente mora não da pra ficar divagando sobre Deus e o Diabo ou a caneta e a lança, você aprende qual que é a real logo cedo. Mas esses carinhas têm um ar de... bem...de heróis.
E aparentemente é isso que eles tentam ser. Meu, eu já vi eles brigando com caras de outras gangues e não foi nada bonito, tipo, eles não usaram armas como os caras que queriam se estabelecer por aqui nem nada do tipo. Pode parecer loucura, mas era bonito ver eles brigando saca?Você se sentia bem, e meio que eu ouvia uma música que falava sobra à boa briga e a honra de algum cara que eu não me lembro o nome...
Isso foi até aparecerem os caras que batiam pra valer. Eles não pareciam querer passar a mercadoria deles nessa área até por que os Árcades, nome escroto da porra,!O que?Não, não os caras que chegaram mais os que já estavam no meu bairro, não deixariam isso acontecer e essa noticia estava se espalhando, qualquer hora ia dar merda.Mas os caras que apareceram aparentemente não queriam nada, só zonear pura e simplesmente e os caras daqui nunca foram encanados com os arruaceiros desde que não jogassem merda no ventilador.Eles escolhiam alvos aleatórios e zoavam a pessoa até ela não poder mais, e ,tipo, eu achava que sabia o que era ser chacoteado ,mais aquilo era demais, e isso começou a gerar problemas.As pessoas não gostam de ter seus filhos assustados e temerosos de sair de casa.O engraçado é que os Árcades nunca fizeram nada com esses caras novos que apareceram,alias acho que eles nunca tinham se visto ,mais os boatos corriam...
Foi a primeira vez que a gente viu eles caçando.
É cara você me ouviu certo, eles estavam caçando os arruaceiros, e dos cinco carinhas do grupinho feliz dos Árcades o que mais chamava atenção era o tal do Bonnie que usava UMA MACHADO pra correr atrás dos carinhas de fora,isso parece estranho se não fosse os outros dois carinhas do grupo que estavam armados com espadas no melhor estilo Senhor dos Anéis.E tinha uma guria correndo loucamente com um livro(!)em baixo do braço e uma vara na mão.Só não sabia onde estava a outra cocota do grupo....
E preferia não saber.
Eles conseguiram achar o bando de arruaceiros perto de um deposito de material de construção abandonado que uns caras usavam pra se drogar (isso antes dos Árcades começarem a sair de role,lógico).Até hoje eu amaldiçoo a vadia da minha namorada por ter dado a idéia da gente dar umazinha naquele barracão antes de ir pro culto dela.Eu vi tudo o que aconteceu.E cara...os arruaceiros estavam lá e eles tavam bebendo o sangue deles,se bem que “beber”o sangue dos noinhas não é bem a palava,quer dizer,não como no Drácula ou similares,eles comiam eles pra valer ,os caras não pareciam sentir,acho que era o barato do que eles tavam usando.
Foi aí que eu vi os carinhas chegando lá dentro e, parecia uma cena do Power Rangers, eles em fila - e tinha uma piriguete do grupo deles VOANDO NUMA VASSOURA acima da cabeça deles – falaram umas coisas estranhas pros caras sobre simplesmente saírem dali e não voltarem que estaria tudo certo ou eles conheceriam o inferno na terra.
Nessa altura do campeonato eu já tava completamente brochado e minha mina quase estérica no chão aparentemente tinha se lembrado de Deus e “orava” pedindo perdão e proteção. He,he,he...é meio sujo mais ver ela ajoelhado rezando com porra no canto da boca me deixou excitado de novo...
Mais não é disso que estamos falando certo?Lembra do Bonnie?O cara do machado?Eu já não tinha duvidas que não ia ser legal de ver o que ia acontecer porém o que eu vi foi muito pior do que eu poderia ter imaginado.
Um dos arruaceirosBonnie se agarrou com tanta força no seu machado que se fosse eu ali, teria posto um ovo...
Nessa hora alguém gritou:
- Forçar Árcades (é por isso que os chamo assim) Vicrolacas à frente!
Eu juro que ouvi algo como um uivo ou um brado de um bicho vindo de algum lugar... que eu acho que era da lua...e os outro dois caras que estavam batendo um rango com os noías se arrepiaram todos e avançaram em desabalada carreira sobre os outros Árcades que não estavam lutando com o lobisomem.A guria que estava na vassoura(!)falou algo sobre grito,dor e noite e um dos caras caiu no chão urrando de dor enquanto o outro enfrentava de mãos vazias os caras que estavam armados com uma espada.E ele sabia o que estava fazendo.
Acho que foi nessa hora que eu vi a tal da Juliet na nossa frente em pé fazendo uma espécie de estrela com o corpo, assim,com os braços e pernas abertos na nossa frente, e eu acho que entendi por que ninguém tinha vindo atacar a gente.E só cheguei a essa conclusão quando um deles, dos caras que os Árcades chamavam de vicrolacas , olhou pra mim, e foi como olhar para Satã na semana santa, grunhiu algo que só de meus ouvidos ouvirem me derrubou no chão e eu me borrei nessas hora...eu só lembro de ouvir um grito de dor,um cheiro fortíssimo de merda e álcool e senti o corpo da garota caindo em cima da minha namorada,da minha merda e de mim em posição fetal...
Quando acordei tinha uns caras da policia federal investigando um caso de culto de magia negra, pois haviam corpos estilhaçados em forma de pentagramas no chão com o corpo dos caras que estavam se alimentando dos drogados espalhados pelo galpão todo, não acharam o corpo dos caras que eu to falando que os vicrolakas estavam comendo...nem minha namorada...só um lance escrito na parede que acho que só eu vi antes de ser levado para a ambulância,estava escrito assim:


Em nome de Danú lutamos neste lugar
Em nome de Danú aqui morreu Bonnie
Líder das Forças Árcades
Fizemos o que quisemos
e não prejudicamos ninguém

Fred,acredite no que quiser
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Dica de musica para ambientaçao:
Wolfhearth - Moonspell

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Teste :Capítulo I - De como cada um se tornou três (ou, sobre a relatividade da Força)

Bem,como prometido estou tentando me organizar para começar a publicar alguns textos meus aqui.De qualquer forma espero que goste e tambem espero crítica!

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Num pacato vilarejo qualquer,em um reino qualquer, Daniel Gutieris ou simplesmente Dan como é chamado pelos próximos, cresceu tendo como perspectiva a vida de camponês, em especial a de plantador de batatas sendo este o oficio de sua família, servindo aos lordes locais e tendo no horizonte a fatídica data em que um nobre garboso chegasse àquelas terras e convocasse todos os homens aptos a pegar em uma espada para defender o reino que tanto amavam.
Mas Dan não deixava a monotonia e calma de sua terra lhe tomar a alma, isso por que ele esperava mais da vida e apesar de não saber como, ele tinha certeza que nunca acabaria seus dias se estourando no trato com as batatas nem servindo a um nobre incapaz de se limpar sem a ajuda de alguém. Ele sabia que existia todo um mundo lá fora, e os visitava sempre que um bardo passava por ali ou um clérigo de Tana-toh dava-lhe um livro novo, e ele se orgulhava particularmente de saber ler e ter uma pequena biblioteca na casa de seus pais ainda que eles considerassem bobagem esse gosto por historia. Dan não gostava das historias sobre românticos cavaleiros praticamente invulneráveis em suas armaduras brilhantes que combatiam seus inimigos pela “honra” de fazer-lhe em lugar de seus nobres senhores, a não, ele preferia as historias dos refugiados que lutavam só com o que tinham nas mãos, ou as lendas sobre os pistoleiros que matavam e morriam ao sabor da sorte ,mas que sempre faziam aquilo com suas próprias mãos.Mas sobre tudo ele gostava das historias sobre os habitantes do reino de Tapista,os seres com força de touro e mente de homem.
Aqueles que honram a força.
Dan sempre se valeu de seu talento com manuseio de coisas pesadas, pois em Tollon não se tem muito a fazer alem de se lidar com a terra ou com toras de árvores, mas o que ele mais gostava de fazer era usar os seus talentos com a força para proteger os mais fracos e eles sempre se mostravam felizes com essa proteção. Como era o caso de Willian, o filho da Clériga de Marah da vila, que sempre demonstrou alguns poderes estranhos durante as brincadeiras da infância que volta e meia atraia a raiva ou inveja das outras crianças o que gerava constrangimentos para Willian, pois devido aos ensinamentos e posturas de sua mãe não se via capaz de agredir alguém nem causar-lhes qualquer mau, o que lhe gerava a fama de efeminado e isso só veio a piorar quando ele começou a se dedicar a ensinar as crianças e interessados (assim como o próprio Dan) a ler. Durante muito tempo Willian só teve a companhia dos livros e de certa forma de Marah, afinal ele morava em um templo, mas quando Dan começou a ter lições com ele a amizade entre eles se tornou evidente e como não parecia muito sábio fazer piadas com os amigos de Dan ambos teriam um pouco de paz, Willian ensinando a liberdade através dos livros e Dan sentindo sua força útil.
Até que Moureana, ou simples mente Mora como seria chamada, chegou à aldeia junto com seu pai, um comerciante de poções alquímicas que se alojou nos bosques próximos a aldeia de Dan e Willian de onde despachava as encomendas através dos pássaros gigantes que aparentemente tinham um trato com ele. Talvez o fato que mais mereça atenção sobre eles era a de que ele pouco intervinha na aldeia a não ser para comprar suprimentos, ou talvez o fato de Mora ser EXTREMAMENTE bonita,indicando uma parentesco talvez com fadas ou mesmo elfos.Para todos os garotos da idade de Dan e Willian ela representava uma ótima opção como esposa,mas para Willian ela representava alguém com quem passar tardes e mais tardes no campanário do templo,conhecido como Coração de Marah pelos locais e de Prostíbulo Sagrado pelas mulheres que sabia que era ali onde Soraia a clériga de Marah e mãe de Willian tinha suas noites de amor livre,discutindo sobre os mistérios da natureza ou mesmo sobre os mistérios da realidade e o que mais fascinava Dan, que cada vez mais frequentava essas reuniões,era as possibilidades praticamente ilimitada que ele tinha de sonhar com aquelas explicações discussões todas.
Dan com o tempo começou a perceber que por mais forte que se tornasse ele nunca conseguiria a força que emanava dos olhos de Mora quando ela falava sobre as verdades que descobria quando pensava sobre a natureza das coisas, nem a forte sensação que tudo daria certo que tinha quando estava com Willian mesmo que este estivesse sendo humilhado ou mesmo agredido por alguém, a força que ele tinha para sustentar o credo de sua mãe que se tornava cada vez mais o seu.
Ele também percebia uma força diferente que vinha de Mora sempre que algum ignorante lhe criticava pelas ideias que tinha e pelo fato de não escolher logo um marido e nem se quer interessar por namorar os garotos
E aparentemente Dan mesmo protegendo Mora dos ataques muitas vezes hostis, Dan se surpreendera ao encarar as coisas dessa forma, dos garotos rudes e insensíveis que a queriam como esposa, porem só como objeto para enfeitar suas débeis vidinhas ou mesmo impedindo que os mesmos garotos partissem da simples zombaria contra William e decidissem provar pra ele como as coisas eram feitas por ali, Dan descobriu que sua força só resolvia problemas menores.
Na verdade, o protegido era ela e os protetores eram William e Mora, para quem ele devia respeito e nada mais justo que ele os protegesse desses males menores como “admiradores atrevidos” ou ignorantes incapazes de entender um posicionamento como o de Willian.